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sexta-feira, 2 de abril de 2010

HISTÓRIA DOS DOCES BRASILEIROS



Para muitos historiadores, a arte de fazer doces à moda brasileira nasceu nos conventos, onde as freiras se tornaram manipuladoras do açúcar. A criatividade das religiosas foi ainda mais estimulada pelo sabor forte das frutas tipicamente brasileiras. Nasceram na cozinha dos conventos do nordeste os manjares do céu, bolos divindade, pães de Santo Antônio, papos-de-anjos, docinho do céu, doce de São Benedito e tantos outros. E é bem possível que também os beijos-de-freira e sonho-de-freira tenham algo a ver com sentimentos resguardados pelos muros dos conventos.

O negro, assim como o índio, era pouco chegado ao açúcar, e foi no receituário de pratos salgados que os escravos desenvolveram suas habilidades culinárias. De qualquer forma, atuavam indiretamente na criação de doces, auxiliando as sinhás e executando as tarefas mais pesadas, como descascar e cortar as frutas, mexer os tachos e enrolar a massa ainda quente.

Num trabalho que obedecia sempre às regras do coração, transformavam ingredientes diversos em pequenas obras de arte, já que apenas na cozinha era permitido à mulher manifestar-se criativamente.

As mensagens de afeto ganharam nomes especiais como fatias-de-amor, bem casados, suspiros, baba-de-moça, entre outros.

Não faltava uma dose de ironia nessa nomenclatura “língua-de-sogra, olho-de-sogra”. O homem foi sempre o grande inspirador dos requintados doces das sinhás. Em sua homenagem desenvolveram-se o espera-marido, agarra-marido, etc.

Os doces, pelo gosto e pelo visual, são capazes de proporcionar charme, beleza e sabor às festas. Os mais finos atualmente são os docinhos fondados e banhados com chocolate, ideais para serem servidos em comemorações mais sofisticadas. Já os bem-casados são geralmente servidos em casamentos, acreditando-se que dão sorte aos noivos.